Cientista recebe US$ 1 bilhão da NASA para estudar asteroide Bennu
Dante Lauretta é professor de ciências planetárias e cosmoquímica na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos - (crédito: Reprodução/Youtube The University of Arizona)
Imagine um gigante espacial com 500 metros de diâmetro, capaz de causar uma devastação global caso colida com a Terra. Esse é o asteroide Bennu, que agora está sob a mira da NASA em uma missão épica de estudo e desvio. A agência espacial americana concedeu à cientista Amy Mainzer, da Universidade do Arizona, um investimento recorde de US$ 1 bilhão para liderar uma missão para entender melhor o gigante.
A missão, conhecida como OSIRIS-REx (Origins Spectral Interpretation Resource Identification Security Regolith Explorer), foi lançada em 2016 com o objetivo de coletar amostras do asteroide Bennu. Bennu, descoberto em 1999, é um asteroide rico em carbono que pode ter moléculas orgânicas semelhantes às envolvidas no surgimento da vida na Terra.
Em 2020, a sonda OSIRIS-REx desceu em direção a Nightingale, uma área do asteroide escolhida para a coleta por ter grãos finos e sem obstruções. A operação foi tão bem-sucedida que a OSIRIS-REx coletou mais amostras do que o esperado pelos cientistas. Essas amostras preciosas chegaram à Terra no ano passado.
As análises preliminares das amostras revelaram que Bennu contém grandes quantidades de água e carbono. Isso levou os pesquisadores a acreditar que Bennu pode ter sido parte de um planeta rico em água que existiu há milhares de milhões de anos.
Embora as chances de Bennu colidir com a Terra até meados de 2100 sejam zero, essas chances aumentam para 1 em 1.750 (ou menos de 1%) até o ano de 2300. Se Bennu atingir a Terra, o impacto poderia liberar energia equivalente à explosão de 1.450 megatoneladas de TNT. Essa é mais uma das motivações para estudar o asteróide.
A NASA também realizou a missão DART (Double Asteroid Redirection Test), que colidiu com o asteroide Dimorphos, uma lua do asteroide Didymos. Esta missão, que ocorreu em 26 de setembro de 2022, marcou a primeira vez que os humanos mudaram intencionalmente o curso de um objeto celeste. Embora Dimorphos e Didymos não representem uma ameaça à Terra, a missão DART serviu como um teste importante para a defesa planetária.
Ao longo da história, a Terra experimentou várias colisões de asteroides. Um dos eventos mais notáveis ocorreu há cerca de 66 milhões de anos, quando um asteroide de cerca de 10 km de largura atingiu a região que hoje é a península de Yucatán, no México. Este evento catastrófico levou à extinção de cerca de 75% das espécies do planeta, incluindo todos os dinossauros não aviários.
Mais recentemente, em 1908, ocorreu o evento de Tunguska na Sibéria, Rússia, onde um asteroide explodiu na atmosfera terrestre, causando uma explosão massiva.
Embora as chances de uma colisão de asteroide de grande escala sejam baixas, os cientistas continuam a monitorar os céus para possíveis ameaças. Nos últimos 290 milhões de anos, as colisões de asteroides com a Terra e a Lua aumentaram até três vezes. Portanto, missões como a OSIRIS-REx e a DART são vitais para entender melhor esses objetos celestes e desenvolver estratégias eficazes de defesa planetária.
Com o avanço contínuo da tecnologia e o apoio de agências como a NASA, estamos cada vez mais preparados para enfrentar possíveis ameaças de asteroides e proteger nosso planeta.